Após um dia de atividades e compromissos, um bom descanso é fundamental. No entanto, nem sempre a tarefa de simplesmente se deitar e dormir é tão fácil. Muitas pessoas ainda enfrentam distúrbios que afetam o momento de repouso, o que traz consequências para a rotina. 17313n
Para falar sobre o assunto, especialistas da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), 444trazem informações sobre a importância do descanso restaurador e os principais cuidados para melhorar a qualidade do sono.
O sono é um processo fisiológico, explica Amanda Lira, médica do sono do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas (Hupaa-Ufal). Para que ele exerça sua função de descanso e reparação das funções orgânicas, é preciso que tenha a qualidade necessária (equilíbrio nas fases do sono) e com o tempo suficiente de, em média para a maioria da população, oito horas diárias.
“Cuidar do sono, além de contribuir para a preservação da saúde do corpo e da mente, gera mais disposição e bem-estar para viver e desfrutar da vida durante o dia em sua plenitude”, reforça a médica.
Distúrbios do sono
A prevenção e o tratamento de alterações dos distúrbios do sono já começam com cuidados ao longo do dia e não somente ao se deitar, alerta a especialista.
“Praticar atividade física regularmente e preferencialmente pela manhã; evitar cochilos durante o dia e exposição excessiva à luz e aos equipamentos com estímulo fotoluminoso (como televisão, celulares, computadores e tablets), especialmente após o entardecer; realizar atividades de relaxamento; e evitar bebidas alcoólicas e estimulantes próximos a hora de dormir são algumas orientações importantes que fazem parte da higiene do sono e que ajudam as pessoas a terem noites bem dormidas”, descreve Amanda.
Existem opções terapêuticas que ajudam a melhorar a qualidade do sono de acordo com o distúrbio diagnosticado. A médica cita, por exemplo, o caso da apneia obstrutiva do sono, problema que envolve a dificuldade em manter a respiração adequada enquanto dorme.
Essa condição reduz a oxigenação e pode provocar grandes danos ao sistema cardiovascular (aumento da pressão arterial, risco de infarto e arritmias) e ao sistema neurológico (risco de AVC e demências) e, em situações graves, até a morte súbita.
Imunidade, processos biológicos e cognição
É durante o sono que acontece uma série de processos biológicos, metabólicos, imunológicos e hormonais, esclarece Manoel Sobreira, neurologista especialista em medicina do sono do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (CH-UFC).
“Um indivíduo que dorme mal acaba tendo maior suscetibilidade a riscos de infecções por desregulação do processo imunológico. É durante o sono, também, que há produção e regulação de hormônios, como o de crescimento, então é importante que possamos ter um sono de qualidade para ter uma produção hormonal adequada”, alerta.
O sono também é fundamental para os aspectos cognitivos relacionados à atenção e à consolidação da memória. Manoel Sobreira, inclusive, cita como exemplo uma prática que muitas pessoas fazem antes de provas importantes, a de reduzir o sono para ampliar o tempo de estudo. “A médio e longo prazos isso não é sustentado porque você precisa dormir bem para ter memorização e atenção adequadas durante a avaliação”, reforça.
Insônia e uso de medicamentos
Um dos grandes problemas envolvendo a rotina do sono é a insônia, seja na situação de iniciar o sono ou permanecer dormindo. Ela pode ser desencadeada por fatores como estresse, alterações emocionais e hábitos como excesso de telas, bebidas cafeinadas, rotina irregular, afirma Fernanda Chrispim, otorrinolaringologista e especialista em medicina do sono do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG).
“Pacientes que têm dificuldades para dormir devem que ser investigados para que sejam identificados os fatores que desencadearam essa insônia e se ela já se tornou crônica quando durar mais de três meses”, explicou.
O tratamento para essas condições inclui mudanças comportamentais, técnicas de relaxamento e, caso necessário, uso de medicamentos, especialmente em casos de distúrbios psiquiátricos, como ansiedade e depressão. “Estes são pacientes que devem ser medicados, mas sempre sob orientação médica. Já os medicamentos conhecidos como calmantes naturais, que são fitoterápicos, podem ter uma boa indicação para a população em geral, mas também devem ser utilizados com recomendação profissional”, ressaltou Chrispim.
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