A bebê que foi levada de volta ao hospital durante o próprio velório na noite de sábado, dia 19, teria sido diagnosticada com uma virose alguns dias antes, segundo o Ministério Público de Santa Catarina, com base no relato da família. O caso ocorreu no município de Correia Pinto, na Serra catarinense. Kiara Crislayne de Moura dos Santos completaria 9 meses nesta segunda-feira, dia 21. Durante a manhã de hoje, o MPSC informou que o laudo cadavérico da bebê foi concluído e descarta a possibilidade de ela ter apresentado 'sinais vitais reais' durante o velório. 4w3e3p
Conforme o Ministério Público, o pai relatou que a criança ou mal na noite de quinta-feira, dia 17, e foi levada ao hospital. O médico teria diagnosticado uma virose, aplicado soro, receitado medicamentos e liberado a paciente. Ela voltou a ar mal na madrugada de sábado, foi levada novamente ao hospital e o mesmo médico teria atestado a morte por volta das 3 horas da manhã.
“As informações contidas na declaração de óbito seriam divergentes das readas à família. O médico teria informado que a causa da morte seria asfixia por vômito, mas, na declaração de óbito, constava desidratação e infecção intestinal bacteriana”, diz nota publicada pelo Ministério Público.
O promotor de Justiça da comarca, Marcus Vinicius dos Santos, expediu ofício requisitando que seja priorizada a realização de exame cadavérico para determinar o horário e as causas do óbito, além de requisitar o prontuário médico da menina e a oitiva do médico, dos pais e de testemunhas, sobretudo dos bombeiros e das conselheiras tutelares que atenderam o caso.
Velório e volta ao hospital
A pequena Kiara começou a ser velada entre 6 e 7 horas da manhã de sábado, em uma capela mortuária do município de Correia Pinto. O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender a ocorrência às 18h54 de sábado, no bairro Lauro Müller. Segundo a equipe, o corpo era velado quando pessoas que estavam no local perceberam sinais vitais na criança.
Quando os bombeiros chegaram, um farmacêutico já estava com a bebê aferindo os sinais com um oxímetro infantil, que constatou saturação e batimentos. Um estetoscópio também verificou a presença de “batimento fraco”, relatou a equipe.
Conforme os bombeiros, a bebê não apresentava rigidez nos membros inferiores e também foram verificadas as pupilas, que estavam contraídas e não reagentes. Ainda segundo a guarnição, havia edemas na região do pescoço e parte posterior das orelhas.
Diante do quadro, a equipe encaminhou a criança para o hospital, onde novamente houve a verificação da oximetria e batimentos, com resultados de 84 Spo2 / 71bpm, segundo os bombeiros. Um eletrocardiograma foi realizado em seguida, mas de acordo com o médico plantonista, o exame não detectou sinais elétricos. O óbito foi atestado e a Polícia Científica foi acionada.
Em nota, a Prefeitura de Correia Pinto se solidarizou com a família e disse que a bebê deu entrada no hospital por volta das 3 horas da madrugada de sábado. “O atendimento foi realizado pela equipe plantonista, que constatou o óbito da criança”, diz um trecho do texto (leia abaixo). O município também informou que a Polícia Científica foi acionada e emitirá um laudo conclusivo no prazo de 30 dias.
Investigação
O promotor Marcus Vinicius dos Santos explica que o MPSC requisitou a apuração do caso à Delegacia de Polícia e acompanhará a investigação para verificar se, em algum momento, desde o primeiro atendimento médico, houve negligência em relação à vida da criança por qualquer um dos envolvidos. As informações trazidas pelos órgãos, principalmente os laudos da Polícia Científica e a análise do prontuário médico, vão direcionar eventuais medidas que possam ser adotadas, tanto no âmbito criminal quanto no cível.
"É precipitado, no momento, tirar qualquer conclusão sobre o caso antes da realização dos laudos, mesmo porque, apesar da presença de poucos batimentos cardíacos até o retorno da criança ao hospital, os bombeiros também constataram outros sinais compatíveis com a morte, como pupilas dilatadas e não reagentes e arroxeamento em algumas partes do corpo. A perspectiva é de que os laudos cadavérico e anatomopatológico fiquem prontos dentro de um mês. A investigação busca dar respostas à família, à população e também ao hospital, além de verificar a regularidade dos procedimentos", explica Marcus.
Nota da Prefeitura de Correia Pinto
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