Uma professora auxiliar, de 45 anos, que lecionava no Núcleo de Educação Infantil Tapera, em Florianópolis, foi assassinada com vários tiros na manhã desta quinta-feira, dia 24, próximo à creche que trabalhava. 553ma
A informação foi confirmada pela Secretaria de Educação do município. Segundo a nota divulgada pela prefeitura, Alessandra Abdalla foi morta pelo ex-companheiro, do qual possuía uma medida protetiva e que não aceitava o fim do relacionamento. A Polícia Militar disse que não tinha conhecimento da medida adotada pela vítima.
A PM foi acionada por volta das 7h30 e constatou que se tratava de um feminicídio. Imagens do local conseguiram identificar o homem que, após uma discussão, atirou contra a vítima e fugiu.
A guarnição identificou que o suspeito é policial militar da ativa, lotado no 4º BPM, que estava com restrição do serviço operacional, realizando trabalhos istrativos.
Alessandra era servidora pública desde fevereiro de 2014. Conforme o secretário de Educação, Maurício Fernandes, a comunidade escolar está em choque. “Estamos abalados com um ato monstruoso como esse”.
Nota divulgada pela Secretaria de Educação de Florianópolis
"A Prefeitura de Florianópolis, por intermédio da Secretaria de Educação, comunica o falecimento da professora auxiliar Alessandra Abdalla, lotada no Núcleo de Educação Infantil Tapera. Ela foi assassinada, a tiros, pelo ex-companheiro, na manhã desta quinta-feira, quando estava a poucos metros do local do trabalho. A profissional já tinha medida protetiva contra o criminoso. A Alessandra era servidora pública desde 10 de fevereiro de 2014. Nasceu no dia 22 de janeiro de 1977. Tinha 45 anos.
Conforme o secretário de Educação, Maurício Fernandes, a comunidade escolar, a cidade, está em choque. “Estamos abalados com um ato monstruoso como esse”.
O secretário de Educação enfatiza que o feminicídio é um tipo de “homicídio qualificado”, um crime hediondo.
“Chega de misoginia, de repulsa e de ódio às mulheres . Os homens não são donos do corpo e da vida das mulheres”, desabafa Maurício Fernandes Pereira.
Para o secretário municipal de Segurança Pública, Araújo Gomes, trata-se de uma tragédia. “Nada justifica tirar a vida de uma pessoa”."
Nota divulgada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem):
“O dia de hoje amanheceu com uma notícia trágica para a nossa rede e para todas as mulheres.
A professora Alessandra Abdalla, do NEIM Tapera, no Sul da Ilha, foi cruelmente assassinada a tiros pelo ex-companheiro quando chegava na unidade, próximo a outras professoras.
Alessandra foi morta porque o ex-companheiro, um policial militar, não aceitava o término do relacionamento. Ele já havia ameaçado atirar nela anteriormente, e a professora já tinha medida protetiva contra o assassino.
Trata-se de um crime cruel e estúpido que causa dor em todos nós e reafirma, mais uma vez, o sofrimento enorme gerado pelo machismo estrutural e pela violência contra a mulher.
Só no ano ado, 1.341 mortes foram registradas como feminicídio no Brasil. Isso significa um assassinato a cada 7 horas.
Alessandra tinha 45 anos, trabalhava na rede há oito e deixa uma filha. O Sintrasem deixa os seus mais sinceros pêsames à família e aos amigos da professora neste momento difícil.
A luta pela igualdade de gênero não pode descansar. Não é aceitável ser assassinada em seu local de trabalho. Não é aceitável morrer por conta de seu gênero. Isso não pode ser normalizado.
ALESSANDRA; PRESENTE!”