Taturana: as lagartas que podem matar 193252


Por Paulo Roberto Sinigoski 5fy6c

06/12/2022 15h04 68i6d



As larvas de algumas mariposas são popularmente conhecidas como taturanas, lagartas-de-fogo, saiú, taturana-gatinho, mandarová, marandová e mandrová, entre outros. Os indígenas as denominam tatarana, que significa “semelhante a fogo” (tata = fogo, rana = semelhante), devido a sensação causada pela toxina de algumas espécies, quando em contato com a pele. 152t1b

Nos últimos cinco anos foram registrados vários casos, inclusive de mortes, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina atribuídos à lagarta Lonomia obliqua (Saturnídeo), cujos espinhos venenosos em contato com a pele humana podem causar manchas escuras, além de hemorragias externa e interna (síndrome hemorrágica) com possíveis complicações fatais.

A preferência por árvores frutíferas faz com que a ocorrência dos acidentes seja maior em pomares.

Normalmente os acidentes com taturanas ocorrem da seguinte forma: manuseando a vegetação, a pessoa toca a lagarta com as mãos ou a espreme entre os dedos. O contato com as cerdas pontiagudas faz com que o veneno contido nos "espinhos" seja injetado na pessoa.

A dor na maioria dos casos é violenta, irradiando-se do local da "queimadura" para outras regiões do corpo. No caso das lonomias, algumas vezes aparecem complicações, como sangramento na gengiva e aparecimento de sangue na urina.

Contato com taturana pode matar (Foto: Divulgação)

Sintomas

Em acidentes com taturanas (Saturnídeos e Megalopigídeos):

• Dor imediata no local atingido, às vezes muito intensa

• Sensação de "queimadura"

• Aparecimento de inchaço (edema)

 • Íngua

Em acidentes com lonomia:

• Dor e irritação imediatos no local atingido

• Às vezes dor de cabeça e ânsia de vômito

• Sangramentos pelo corpo, por exemplo: pele, gengivas, urina, pequenos ferimentos, nariz, etc.

O soro específico recentemente produzido, está sendo testado e deve ser aplicado em todos os casos que apresentem alterações na coagulação do sangue.

O tratamento

Em ambos os casos é indispensável o atendimento médico imediato.

O tratamento é feito com compressas frias e anestésicos injetáveis (lidocaína), sem que haja maiores complicações em sua evolução. Nos acidentes por lonomia, devido às alterações na coagulação do sangue provocado pelo seu veneno, pode haver sangramentos e complicações como parada de funcionamento dos rins e hemorragias graves. Aqui é preciso que a pessoa acidentada receba o soro e atendimento médico especializado.

Paulo Roberto Sinigoski 4g6d13

Biólogo formado na Unochapeco. Há mais de 10 anos atuando com consultoria, licenciamento e monitoramento ambiental. Especialista em técnicas de captura e identificação de animais selvagens. Um dos biólogos com mais registros de fauna selvagem do sul do Brasil.


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