Oi, pessoas, tudo bem? 1m454q
Hoje eu vim trazer mais um capítulo dos meus livros que eu amo tanto escrever.
A pedidos de algumas pessoas que estavam muito curiosas para saber qual era o tema do meu outro livro, resolvi deixar apenas o primeiro capítulo dele para que vocês pudessem matar a curiosidade.
"Distante Demais" foi o primeiro livro que eu escrevi na vida. Ele possui mais de 300 páginas e já tem até continuação: "Longe Demais". Ambos estavam disponíveis na plataforma Wattpad e, o primeiro, alcançou quase duas mil leituras nas redes (o que me fez a mãe mais feliz do mundo).
Ele também vai ser publicado em breve e eu espero muito que vocês gostem desse romance clichê e cheio de mistérios e aventuras.
OBS: esse livro e a continuação dele foram baseados na história da música 'Hero', do Enrique Iglesias. Seria uma fanfic de Enrique, esse livro? Hummm, deixo a dúvida e a curiosidade pra vocês, tá? (risos)
Prólogo
"O amor é um jogo.
Eu sei que soa piegas, mas é a mais pura verdade. Eu olho para minha vida amorosa e penso em como apostei errado nos últimos tempos. O grande problema é que o jogo não termina quando se recolhem as cartas das mesas, os cassinos se fecham e as luzes se apagam. O amor é uma roleta russa que continua girando e girando mesmo quando você está cansado e sem fichas. Não há caminho de volta, você apenas vai, se arrisca e aposta.
Eu apostei tudo que eu tinha, todas as minhas cartas foram em Moke, mas Moke preferiu Moli, que aparentemente ama apenas a si mesma. É injusto e triste quando perdemos tudo na mesa de jogos. Quase é possível ouvir a si mesmo dizer: Mas eu estava com tanta sorte.
Mas é exatamente como eu disse, o amor é um jogo, cruel e arriscado, onde há apenas uma verdade incontestável: Se você vencer, você pode levar tudo. E não há um só crupiê que não saiba que meu maior desejo no fim do jogo é levar Moke Carter para casa.”
Capítulo 1
Chego em casa do trabalho e apanho minhas correspondências que estão na caixa do correio do lado de fora. Eu entro em casa e, enquanto tiro meus sapatos com a ajuda dos meus próprios pés, abro as cartas e leio na esperança de alguma delas ser de minha mãe.
Como imaginei. Nenhuma das cartas em minhas mãos é de mamãe. Muito pelo contrário. São apenas boletos vencidos, boletos que estão pra vencer, conta de gás, luz e água.
Depois que papai morreu minha mãe nunca mais me deu notícias como antes. Antes da morte dele, os dois me escreviam quase todos os dias para me contar como estava a vida. Mesmo os dois estando ocupados com os trabalhos e tudo mais, eles sempre arrumavam um tempinho para me dizer que em São Francisco tudo estava lindo e feliz, e o quanto eles me amavam e estavam orgulhosos por eu estar trabalhando.
Papai morreu há três anos e, desde então, mamãe se fechou completamente para a vida. Ela fez algumas amigas que a levavam para festas e barzinhos, mas não era a mesma coisa, diz ela. Sempre faltava alguém ali, do lado dela, para beber os drinks fortes e depois dançar juntos até o dia amanhecer.
Sinto falta de meu pai. Ele sempre foi brincalhão e alegre. Nunca o via triste e nem desanimado, muito pelo contrário, sempre tinha uma carta na manga quando batesse o desanimo. Papai me ensinou a ser forte e eu sempre me lembrarei disso.
Sorrio sozinha na sala ao pegar uma das cartas e ver que era de alguém conhecido. Não era de mamãe, muito menos de alguém da família, mas era de Moke, meu grande amigo que o Texas trouxe. Nossa, há quanto tempo não o vejo ou ouço falar dele por aí! Ele desapareceu completamente depois que resolveu se casar com Moli.
No bilhete que ele deixou na minha caixa do correio, em meio às contas, estava o telefone dele para contato e alguns pequenos dizeres:
“Riley, como está você? Senti sua falta e resolvi te procurar. Estou na cidade e ficarei aqui por um tempo. Me liga, vamos conversar.”
O bilhete foi escrito a mão, assim como ele sempre fez desde que nos conhecemos. A caligrafia de Moke era inconfundível.
Mesmo ficando impressionada com o bilhete deixado por Moke, tento não me animar muito, já que ele me trocou por outra e foi embora da cidade há dois anos. Tudo bem que ele não sabia sobre os meus sentimentos verdadeiros, mas vir até a minha casa na companhia da mulher por quem ele me trocou, já era demais. Demais até para mim que sempre fui parceira dele em tudo.
Deixo as cartas espalhadas pela mesinha de centro da sala e vou até o banheiro para tomar um banho e lavar todo o estresse que tive hoje. Sei que na verdade a água não vai lavar é nada, mas só de saber que estou em casa e que irei comer uma pizza à noite, já me consola até demais.
Os pingos caem de vagar em meu rosto, depois eles aumentam e burrificam em minha cara. Toda a vez que eu estava com a cabeça cheia de problemas, tanto pessoais ou do trabalho, gostava de colocar a cara embaixo do chuveiro, antes de todo o resto do meu corpo. A água tinha uma energia tão boa que realmente parecia lavar tudo de ruim. Eu tento pensar que isso é realmente verdade, porque só assim eu me sinto bem.
O banho demorou. Fiquei sentada no chão do banheiro por 15 minutos pensando na vida e nas coisas erradas que eu tinha feito no trabalho hoje. Gosto de fazer isso, porque assim eu melhoro da próxima vez.
Seco meu corpo e enrola a toalha em meus cabelos molhados. Eles pesam bastante e tenho dificuldade em manter a toalha para cima. Vou até o quarto e procuro uma roupa bem folgada para vestir e poder comer minha pizza o mais confortável possível.
Ouço a campainha tocar.
Ela toca novamente e mais uma vez.
Eu acabo de sair do chuveiro e estou me vestindo, não posso atender a porta assim, sem roupa nenhuma.
A campainha cessa e, de repente, a pessoa do lado de fora toca na porta, insistentemente.
- Deve ser Suzan – sussurro enquanto visto minhas calças. – Pode entrar, está aberta.
A pessoa bate novamente, como se não tivesse me ouvido.
- Já disse para entrar.
Termino de vestir minha blusa e, ainda com a toalha enrolada em meus cabelos molhados, vou até o corredor que dá o a porta de entrada.
- Você não vem me receber?
Fico parada como uma estátua no corredor, vendo a figura esguia de Moke, já do lado de dentro da minha casa.
- Moke – saio correndo ao encontro dele. Abraço ele e Moke me pega no colo com toda a força que consegue. – Meu Deus, você aqui? Como isso é possível? – Toco seus braços sem acreditar que ele está em minha frente. Exatamente como era antes.
- Não recebeu o meu recado? Deixei meu telefone, mas você não me ligou, então resolvi vir pessoalmente.
- Ai, meu Deus, o recado – tapo a boca com as duas mãos. – Você acredita que eu acabei de lê-lo?
- Agora? – ele franze o cenho.
- Sim.
- Mas eu te deixei ele no final de semana...
- Me desculpe, Moke, o bilhete deve ter se misturado com as contas e eu não estava em casa, então não o encontrei. Mas que bom que está aqui. Sente-se, por favor – estico minhas mãos e dou espaço para que ele entre mais em minha casa.
- Com essas contas? – Moke apanha o bilhete que está jogado em meio às contas da casa sobre a mesa onde eu havia deixado antes do banho.
-Pois é – jogo um sorriso torto e ele retribui. – Quer beber alguma coisa?
- Claro, uma cerveja seria perfeito – Moke se senta em um sofá marrom e permanece me encarando. – A propósito, essa toalha está...
- Está? – repito, com os olhos frisados.
- Legal, está legal. Deveria usar sempre...
Moke começa a gargalhar e eu não me contenho. Rio junto com ele e depois atiro a toalha que estava enrolada em meus cabelos, nele.
- Você não mudou nada, Moke Carter... – eu digo em seguida.
- E você também não mudou nada, Sara Uchoa – ele diz. – Anda, me traga a cerveja.
- É pra já.
Vou até a cozinha ainda em estado de choque por saber que ele está bem ali, na minha sala, sentado no meu sofá, esperando para beber a minha cerveja. Assim como nos velhos tempos.
Apanho dois copos e depois uma cerveja que, por sorte, deixei gelando no congelador. Tenho certeza que pensei nela enquanto fazia o pedido da pizza que, por falar nisso, estava prestes a chegar.
Ao retornar à sala, consigo ver Moke olhando alguns porta-retratos meus que estavam sobre o balcão aos fundos da sala.
- Minha nossa, como você evoluiu, Sara, nem parece você nessas fotos aqui. – Moke vira o quadrinho para que eu possa ver a imagem e eu sorrio ao ver a foto que tirei com meus pais, quando eu era pequena.
- Obrigada pelo elogio – respondo com desdém e depois sirvo a cerveja nos copos e pego a fotografia nas mãos.
Respiro fundo ao ver meu pai na imagem. Mesmo eu estando com cinco anos, ele já parecia bem velho. Eu estava banguela na foto e meus cabelos estavam bagunçados demais, assim como eles ficam quando eu acordo. Moke riu de mim, porque sabia que essa cena provavelmente ainda acontecia comigo.
- Então, Moke, o que te trouxe até aqui? E a Moli?
Moke se senta novamente no sofá em minha frente e bebe um gole da cerveja que eu acabei de servir.
- Vim a trabalho e agora é pra ficar. Espero que seja algo definitivo – ele beberica mais um pouco da cerveja. – E a Moli... bom, é uma longa história. Terminamos e isso vai fazer quatro meses.
Fico surpresa por um momento. Moke finalmente se deu conta de quem era Moli realmente, ou talvez, apenas o relacionamento não fluiu como deveria ter fluído.
- Que chato, Moke, mas como isso aconteceu? Onde ela está?
- Não faço ideia, Sara...
Sei que deveria falar coisas bonitas e consoladoras para ele, mas eu não fazia ideia do que realmente tinha acontecido na vida dos dois, então achei melhor esperar até que ele me contasse toda a história.
Moke Carter é um velho amigo meu. Nos conhecemos em um eio no Texas, há mais ou menos cinco anos. Já fomos os melhores amigos do mundo, mas apareceu a Moli entre nós e ela meio que roubou ele de mim. Sabe aqueles casais que começam a namorar e esquecem os amigos? Então, Moke fazia parte desses casais.
Mesmo isso acontecendo, não me importei em deixá-lo ir, simplesmente desejei o melhor e saí de sua vida. Moli era uma mulher muito complicada e ciumenta, e isso só aumentou com a chegada de Moke.
É estranho saber que se deixaram assim, sem mais, nem menos. Ainda mais sabendo que era tão ciumenta e que não deixava ninguém se aproximar dele. Uma coisa eu sabia - ou pelo menos imaginava - ela cansou da vida corrida de Moke ou conheceu outra pessoa.
Fiquei me perguntando por que ela fez isso. Afinal, Moke era um partidão. Lindo em todos os sentidos e um grande companheiro. Ainda mais sabendo que ele era policial.
Moke está tão diferente. Antes ele andava aborrecido e com a aparência cansada. Agora, ao bater em minha porta, ele está muito diferente do que era antes. Está com um sorriso lindo no rosto e está muito mais bonito do que antes.
Também imaginei que a culpa por Moke andar triste, fosse de Moli, mas ela apesar de ser ciumenta e teimosa, era uma boa pessoa.
Conversamos por horas e horas, e eu o convidei para me acompanhar na pizza que havia chegado. Moke acabou ficando para que pudéssemos colocar o papo em dia, mas em nenhum momento se quer toquei no assunto: Moli.
- Está tarde, Sara, eu preciso mesmo ir – diz ele ao olhar para o relógio de pulso prateado.
- Fique – tento impedir sua partida. – Faz tanto tempo que não nos vemos, fique mais um pouco.
- Eu prometo que volto essa semana. – Moke beija minha testa e depois me abraça de leve e sai. Como da última vez.
Fiquei imaginando como seria ter Moke novamente em minha vida depois de tanto tempo. Esqueci-me de mencionar, mas Moke e eu, tivemos um pequeno romance quando nos conhecemos. Como disse, éramos muito amigos, muito amigos mesmo, mas esse romance aconteceu por um acaso. Não era exatamente um romance e nem nunca foi, na verdade. Nos beijamos uma única vez e aquilo me fez acreditar que sim.
Eu estava feliz por ele retornar depois de tanto tempo, mas ao mesmo tempo, magoada por ele ter me deixado sem notícias e eu nem se quer saber nada sobre Moke durante dois anos.
***
Chego no trabalho e minha mesa está revirada. Os papeis estão fora do lugar e minha colega de trabalho e amiga, Suzan, está em minha mesa.
- Olá, Sara. Desculpe pela bagunça, mas não consigo encontrar os papeis que o Mister Lois pediu para a reunião.
Suzan era um pouco desastrada, mas sempre quebrava meus galhos quando eu me esquecia das coisas.
- Poxa vida, a reunião – Franzo a testa, assustada. - Me esqueci completamente dela, Suzan. E agora? E para piorar deixei os papeis em casa – seguro a cabeça nas mãos e a chacoalho, inacreditada.
- Vamos ter calma. Se você quiser ficar aqui e organizar as coisas para a reunião, eu vou até sua casa e pego as folhas. É só me dizer onde as deixou.
- Você faria isso por mim? – Choramingo contente. - Vou te agradecer para o resto da minha vida e ainda pago sua bebida de hoje à noite.
- Eu adorei a ideia. – Suzan pisca para mim e sorri empolgada. - Claro que faria. Sabe que somos melhores amigas e você já quebrou alguns outros galhos para mim... Inúmeras vezes – ela revira os olhos e apanha as chaves da casa.
- Deixei sobre a mesa da cozinha em uma pasta branca. Pode usar meu carro. – Entrego as chaves para Suzan e a agradeço com as mãos juntas.
- Volto em um minuto.
Apenas vejo o reflexo de Suzan na porta de vidro de correr do escritório e ela desaparece da vista dos meus olhos.
Suzan Parks é minha melhor amiga e nós duas trabalhamos juntas em uma agência de publicidade em Los Angeles. Foi graças a esse trabalho que Suzan e eu nos aproximamos.
Três anos trabalhando em função de criação de marcas, desenvolvendo estratégias para empresas e ganhando um salário um tanto quanto baixo demais. Mas fazíamos por amor, por prazer.
Suzan, em seus 25 anos de idade, aparenta ter 18. Sua pele clara e com algumas sardas espalhadas perto do nariz e olhos, demonstram juventude e saúde de primeira. Seus cabelos quase ruivos eram tão lisos e sedosos que nem um grampo de cabelo parava nele.
Graças a mim, ela entrou na empresa como estagiária por apenas alguns meses, mas acabou sendo transferida e contratada pelo nosso querido chefe, guloso das rosquinhas coloridas.
Notas altas na escola, nenhuma falta no trabalho, sempre muito pontual e carismática com os clientes... Essas foram qualidades suficientes para que Sr. Louis a contratasse.
Suzan e eu nos conhecemos um ano antes de eu ter minha vida desastrosamente abalada pela chegada de Moke. Ela estava lá comigo e assistiu de camarote o meu sofrimento.
Essa imagem mostrada acima representa os dois personagens principais da história que eu criei: Moke e Sara.
>> Sei que esse capítulo perdido aqui no meio das minhas colunas vai ficar nadando na cabeça de vocês, mas, apesar disso, juro que a história é linda, emocionante e que dá vontade de quebrar tudo de tão querida (HAHA).
Já havia dito, mas vou repetir: esse livro vai ser publicado junto com a continuação dele. Serão dois livros que, para quem é apaixonado por romance assim como eu, faram falta quando acabar de ler.
Um beijo e até a próxima!
Kiane Berté tem 27 anos e trabalha como jornalista e fotógrafa. Nas horas vagas escreve suas histórias de romance curiosas e sonha junto delas com um mundo mais encantado e cheio de amor. Sonhadora, ela vê através das páginas de um bom livro a oportunidade de viajar para onde quiser sem sair do lugar