Vazamento de produto químico altamente perigoso, incêndio florestal de grandes proporções, pessoa perdida ou embarcação à deriva. Todas estas situações fazem parte da rotina das equipes operacionais do Corpo de Bombeiros Militar. d6r44
Em todos os casos os profissionais precisam ter a dimensão da ocorrência e fazer um prévio mapeamento para decidir a forma de intervenção a ser adotada. Pensando em melhorar o atendimento prestado à comunidade, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina está investindo na aquisição de aeronaves remotamente pilotadas (RPA) para uso operacional.
São equipamentos conhecidos popularmente como drones. O primeiro do Corpo de Bombeiros do estado foi adquirido com recursos de cerca de R$ 20 mil, entre baterias e carregadores extras, câmera de foto e vídeo de resolução 4k, Ipad, órios e a aeronave propriamente dita.
Para o tenente Pedro Cabral Reis da Silva, idealizador da aquisição de drones em uso operacional pela corporação, são muitos os benefícios da utilização do equipamento para as instituições. “Além de resguardar, em muitas situações, a integridade física dos próprios bombeiros, os drones, com um custo operacional baixo quando comparado a outros equipamentos, permitem ar e visualizar com agilidade as áreas de difícil o“, explica.
O equipamento
O modelo adquirido pelo Corpo de Bombeiros de Santa Catarina é um dos mais modernos atualmente. O Phanton 4, de fabricação chinesa, ganhou reforço no conjunto de baterias e teve a capacidade de voo aumentada de 28 minutos para 2h30, considerando o tempo total de voo, com reposição de baterias. O alcance estimado é de dois quilômetros, em todas as direções. O modelo adotado pelos bombeiros militares de Santa Catarina não possui capacidade para transporte de cargas e será usado exclusivamente para busca e resgate, mapeamento de áreas em situações de risco ou levantamento de informações. Porém, já existem estudos para aquisição de drones com capacidade de transporte de cargas.
Inicialmente, o equipamento ficará sediado em Florianópolis e será usado prioritariamente em resgates e operações de busca, mas poderá ser deslocado para outras regiões, dependendo da necessidade.
Apesar do uso de aeronaves remotamente pilotadas nos Estados Unidos já ser bastante comum, sendo inclusive usadas para transporte de cargas em situações de ajuda humanitária ou bombardeamento de áreas com munições pesadas, no Brasil, poucos estados adotam drones para uso operacional. Santa Catarina a a ser um dos estados pioneiros na institucionalização das aeronaves para esse uso.
Curso
Os primeiros bombeiros militares já estão sendo treinados para operarem a aeronave. O curso, ministrado pelo segundo tenente Pedro Cabral Reis da Silva e pelo terceiro sargento Ewerton Luiz Oliveira, acontece na sede do GBS (Grupo de Busca e Salvamento), organização integrada ao 1° Batalhão de Bombeiros Militar de Florianópolis. Dividido em parte teórica e prática, o curso contempla noções de manutenção e pilotagem, além de situações simuladas em que o drone possa ser usado.