Uma ação idealizada pelo Judiciário da comarca de Ponte Serrada, com apoio do Ministério Público e Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, está saindo do papel e será implantada no município do Oeste de Santa Catarina. O projeto "Ponte para o diálogo" surgiu de uma demanda que chegou ao Judiciário na área específica da infância e adolescência. 6gw6g

A iniciativa pretende instituir um ambiente de mediação de conflitos nas escolas, com uma figura central fazendo a ponte para o diálogo entre as partes envolvidas, com o objetivo de entendimento e solução dos casos sem a necessidade de envolvimento de autoridades ou poderes constituídos. Conheça todos os detalhes no vídeo ao final do texto.

O seminário de lançamento do "Ponte para o diálogo" será terça-feira, dia 16, às 19 horas, na Associação Atlética Aimoré, em Ponte Serrada.

“A gente quer convidar toda a comunidade porque é um projeto importantíssimo, pensado e executado por uma melhora na sociedade”, destaca a coordenadora e conciliadora do Juizado Especial Cível e Criminal da comarca de Ponte Serrada, Débora Catarina Bernadi.

Ela afirma que o projeto vai fazer com que os adolescentes aprendam desde cedo a ouvir, ter empatia e resolver os próprios conflitos. “Não vamos evitar o conflito nunca né, mesmo com o projeto, porque o conflito é próprio do ser humano, mas o máximo que a gente conseguir evitar. Resgatar essa cultura de conversa e de escuta”.

A ideia

Edna Cristina Fanfa Galvan, oficial de justiça da comarca, conta que os estudos para a implantação do projeto iniciaram em 2019, através do levantamento de dados sobre ocorrências de atos infracionais, com número elevado nos municípios da comarca de Ponte Serrada, que abrange também Vargeão e os Maia.

“Identificamos essa necessidade de se trabalhar um pouco mais com a infância e adolescência, eu já fazia algumas palestras nas escolas, uma conversa na verdade com os alunos, explicando sobre o Estatuto da Criança e Adolescente, levando a informação para a idade deles e também as responsabilidades, porque muito se fala dos direitos e pouco das responsabilidades que eles têm perante à sociedade”, diz.

Pensando em melhorar a relação entre escola, família e resolução de conflitos, com apoio da coordenadora do programa da mediação familiar e da conciliadora do juizado especial, surgiu o projeto “Ponte para o diálogo”.

“Ele [o projeto] vem com esse propósito da comunidade se envolver. É para que os conflitos sejam resolvidos de uma forma facilitada de diálogo e comunicação assertiva dos nossos adolescentes [...]. Criar esse espaço para que os sentimentos de alegria, de dor, a tristeza e os conflitos em si têm um lugar seguro para serem discutidos, enxergados e acolhidos”, explica Edna.

Funcionamento

De acordo com a secretária de Educação de Ponte Serrada, Nadia Poletto, nesta primeira etapa, o projeto será realizado na Escola Básica Municipal Antônio Paglia, com 20 alunos e 40 profissionais da educação, que receberão uma capacitação para atuarem nas mediações. O início efetivo da gestão dos conflitos, com a realização das primeiras mediações, é previsto para maio.

“Na escola nós temos casos de injúria, calúnia, desacato, depredação, agressão verbal e às vezes física até muito grande, então eu acho que esse projeto vem de encontro pra que a gente possa aprender a lidar com tudo isso, a mediar lá dentro da escola. Os conflitos, geralmente não surgem dentro do ambiente escolar, mas acabam explodindo lá dentro pelo fato dos alunos permanecerem durante boa parte do tempo dentro das escolas”.

Entenda os detalhes no vídeo abaixo: