O volume excessivo de chuva tem atrapalhado o desenvolvimento de algumas culturas e também está atrasando o plantio de outras em Santa Catarina, caso do milho e da soja. A análise é do vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri. 4h211s
Não eram registrados tantos dias chuvosos como em setembro e outubro de 2022 desde 2014. A Faesc tem acompanhado o período de chuvas intensas de perto, já que houve registros de quase 300 milímetros em alguns municípios em um intervalo de apenas 24 horas.
A lavoura do milho, por exemplo, em Santa Catarina foi plantada até o final de setembro, mas o clima chuvoso e poucos dias de sol está acarretando na dificuldade na germinação do milho, inclusive, com a terra muito fria.
“Com isso, começamos a imaginar que teremos problemas futuros de quebra de safra, pois, afinal de contas, há mais de 30 ou 40 dias tem milho plantado e poucos dias foram de sol”, comenta Enori.
O vice-presidente da Faesc alerta que agora, com a chegada da segunda quinzena de outubro, começa outro problema, desta vez com o trigo, já que na época é comum o registro de pragas e doenças.
“Com toda umidade registrada, voltou a aparecer em Santa Catarina a Giberela – que há muito tempo não era registrada em Santa Catarina – e que vai trazer consequências à lavoura do trigo. E infelizmente a previsão do tempo indica mais chuva para essa semana”, preocupa-se.
A Giberela é causada pelo fungo Gibberella zeae e é uma das doenças fúngicas mais destrutivas da cultura do trigo, pois diminui a produtividade na lavoura e contamina os grãos. É considerada uma doença de difícil controle e altamente influenciada pelo ambiente. A infecção pelo fungo causa danos significativos na produção em regiões de clima úmido e quente, principalmente no estágio de floração, favoráveis ao desenvolvimento da doença.
“Vamos começar a fazer levantamentos, pois teremos problemas nesta safra, que teve um custo de plantio muito alto e que se não tiver uma boa performance, com certeza os produtores terão muitos prejuízos”, afirma Enori.
A chuva tem atrapalhado a atividade do campo em todos os sentidos. Com o gado de leite, por exemplo, já são registrados problemas de falta de pastagens. A quantidade excessiva de chuva também causou o alagamento de algumas lavouras, principalmente de hortigranjeiros em beira de rios. Também houve quedas de barreiras, inclusive uma caiu em cima de um chiqueiro.
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