Um evento diferente na terra indígena Toldo Imbu, em Abelardo Luz, no Oeste catarinense, reuniu crianças, jovens, homens e, principalmente, mulheres na manhã da última sexta-feira, dia 30. 605t2
A celebração na aldeia recebeu a desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho, responsável pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica (Cevid), do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). A visita serviu para distribuir a cartilha da Lei Maria da Penha na língua kaingang, para priorizar a prevenção da violência contra as mulheres.
O folheto carrega informações sobre a legislação que defende a vítima de violência doméstica e familiar, além das possibilidades de punição ao agressor. Em uma roda de conversa, o material despertou interesse. Em contrapartida, a desembargadora foi presenteada com uma pintura no rosto que a simbolizava como uma “filha do sol”.
“É primordial que as mulheres indígenas, mesmo permanecendo em suas tradições, conheçam a legislação e saibam onde procurar ajuda se necessário. O conhecimento é muito importante para prevenir novas ocorrências”, ressaltou a desembargadora.
A magistrada lembrou que os juízes que aram pela comarca de Abelardo Luz observaram aumento no número de casos de violência doméstica e solicitaram a tradução do material já existente para a língua kaingang.
À tarde, na Câmara de Vereadores de Abelardo Luz, houve outro momento com a comunidade local, trazendo palestras sobre o tema. A juíza da Vara Única de Imaruí, Ana Luisa Schmidt Ramos, abordou “Violência Psicológica”. Como participantes, o evento contou ainda com a presença do juiz da Vara Única de Abelardo Luz, Douglas Braida de Moraes; do juiz da 2ª Vara da comarca de Maravilha, Pedro Gabriel Cruz; da assessora da Cevid Cibelene Piazza Ferreira; e da assistente social da Cevid, Rosilene Aparecida da Silva Lima.
Eventos semelhantes já aconteceram nas comarcas de Imaruí e Biguaçu, que também possuem terras indígenas em sua abrangência. O objetivo é levar a cartilha a todos os municípios com aldeias. Além da língua kaingang, a cartilha já foi traduzida para xokleng e guarani, as etnias mais presentes em Santa Catarina.
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