O leite UHT, sigla para "Ultra High Temperature" (ultra alta temperatura), popular “leite de caixinha”, é um dos produtos mais comuns a ser consumido pelos brasileiros. Ainda assim, circulam muitos mitos sobre ele: "faz mal à saúde", "não é leite de verdade", "não tem nutrientes". Mas afinal, o que é fato e o que é boato? 2e6146
O processo UHT consiste em aquecer o leite a cerca de 135 °C por poucos segundos, eliminando bactérias e micro-organismos sem comprometer significativamente os nutrientes. Isso permite que o leite dure meses fora da geladeira — desde que fechado — sem necessidade de conservantes.
É comum ouvir que o leite UHT perde todas as vitaminas. Não é verdade. Embora haja uma leve redução em algumas vitaminas sensíveis ao calor, como a B12 e a C (já naturalmente presentes em pequena quantidade no leite), os principais nutrientes — como cálcio, proteínas e vitamina A — permanecem praticamente intactos.
Na imagem a seguir temos um fluxograma do processamento do leite UHT:
Leite UHT não possui conservantes: entenda seu processamento
Outro mito frequente é que o leite UHT contém aditivos químicos. E essa é uma informação falsa. A legislação brasileira proíbe a adição de conservantes nesse tipo de leite. O que garante sua durabilidade é o processo térmico e o envase asséptico em embalagens cartonadas esterilizadas.
O leite UHT é apresentado de diferentes formas ao consumidor: leite integral, semidesnatado ou desnatado — a única diferença está no tratamento térmico e porcentagem de gordura, padrão integral 3%.
Em resumo: o leite UHT é seguro, nutritivo e prático. Não é melhor nem pior que o leite pasteurizado ou cru — apenas diferente em termos de processamento e conservação. Entender essas diferenças é essencial para fazer escolhas conscientes e baseadas em ciência, não em boatos.
Zootecnista. Mestre em Sanidade e Produção Animal. Doutoranda em Zootecnia com ênfase em qualidade de leite.